O cowboy estava contando sobre sua grande proeza em ser o melhor de sua categoria em derrubar um boi de 1 metro e 20 centímetros de altura, pois este era o exato tamanho do cowboy por ter uma doença rara e não poder chegar à altura de uma pessoa normal.

Ele dizia que não era nada fácil e que precisava de muita força para derrubar um boi valente, e que uma das grandes diferenças que ele possuía era ter aprendido comer verduras, legumes e frutas como o tomate.

No momento em que ele pronunciou a palavra tomate ficou em silêncio por alguns segundos enquanto seus olhos se encheram de lágrimas e, colocando o microfone de lado, saiu apressadamente para comprar ingredientes para fazer uma deliciosa sopa, mas essa maravilhosa sopa não poderia ser feita por ele apenas, mas em conjunto com sua querida mãe.

Aqueles segundos de silêncio o fizeram lembrar em como sua mãe havia se doado em se esforçar, e mesmo sem um esposo e com muita dificuldade financeira, sempre buscou o melhor em cuidar dele e de seus outros irmãos.

Ele saiu correndo daquele lugar não para suprir a fome que é uma necessidade básica do corpo, mas para apreciar segundos preciosos ao lado da pessoa que ele tanto amava, até porque, nada nem ninguém o poderia impedir de ir ao encontro dela!

Passou em um hortifrúti, selecionou os melhores legumes, as verduras mais bonitas, algumas frutas e temperos, e após efetuar o pagamento foi rapidamente até a casa da pessoa mais importante em sua vida.

Ao chegar na casa, uma senhora com idade bem avançada o recebeu perguntando:
– Meu filho, o que aconteceu? Você estava naquele notável rodeio em que teria a oportunidade da sua vida em ser reconhecido internacionalmente por suas proezas? O que está fazendo aqui? Estás foram as perguntas de uma mãe que estava momentaneamente preocupa – e com razão – de que seu filho fosse bem-sucedido na vida.

Carinhosamente, o filho respondeu:
– Minha mãe querida, eu estava no rodeio, mas em determinado momento fui alertado pelas incontestáveis marcas de suas proezas, essas sim merecem reconhecimento e todos os melhores prêmios do mundo pela senhora ter cuidado de mim e dos meus irmãos. A senhora é quem é sensacional! Tive que sair de lá e vir o mais rápido que eu pudesse para te abraçar, dizer o quanto te amo e passar instantes agradáveis em te acompanhar e ajudar a preparar aquela deliciosa sopa que só a senhora sabe fazer!

A mãe mais que depressa o abraçou e disse:
– Não foi nada, meu filho! Fiz o que qualquer mãe faria por sentir grande amor por seus filhos! Vocês são meus tesouros mais preciosos! Amo cada um de vocês!

Eu quem descrevo esta estória estava naquele rodeio assentado dentro da carroceria de um caminhão de bois até o instante em que o cowboy deixou o microfone. Logo depois passei a segui-lo como se fosse um drone, registrando cada movimento. Contudo, quando sua mãe o abraçou e disse aquelas singelas palavras, acordei do sonho. Sim, foi um sonho.

Percebi que muitas vezes as pessoas estão enclausuradas até o pescoço, presas em suas minúsculas carências em serem reconhecidas por seus “grandes” feitos, não sabendo que isso é raquítico em relação ao que realmente vale na vida: estar bem, receber e compartilhar atenção e amor com quem se ama!

Para o cowboy e para as pessoas que reconheciam, era fantástico derrubar um boi de 1 metro e 20 centímetros de altura, mas será que isso é realmente uma proeza? Um boi de 120cm?! No entanto, é exatamente o que acontece com muitos, achando que qualquer algo que façam ou produzam deve ser aplaudido e premiado. Não estou me referindo a mérito, mas sim a este sentimento diminuto que o ser humano por vezes quer fermentar.

Eu sei que você já produziu inúmeros benefícios e fantásticos resultados, e gostaria que isso fosse visto pela maior quantidade de pessoas possível. Não existe nada de errado nisso, e penso que deve lutar abruptamente para que isso se torne realidade, mas preciso ressaltar que os aplausos serão resultados indicados por outros voluntariamente, e não obrigados e exigidos por você.

Por outro lado, e mais importante, o tempo passa muito rápido e “é curto demais para ser infinito”. É preciso dar valor às pessoas que estão ao nosso redor e que são do nosso convívio, principalmente nossos familiares, não como se fossemos funcionários de um supermercado rotulando preços em produtos, mas tratando cada um como se fossem joias raras, pois isso é o que são, pedras preciosas do nosso baú de tesouros.

Aproveite para falar ou fazer aquilo que tanto já pensou, mas que as desculpas de não ter tempo nunca deixou! Faça agora, talvez não exista um amanhã!

[OAOJ]
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