Acho pouco provável que exista alguém que nunca tenha tido a necessidade de um conhecido que dissesse: Ele(a) está comigo!

Isso ocorreu comigo por diversas vezes e tenho a certeza de que acontecerá algumas mais.

Você está disposto(a) a dizer isto por alguém?

Quando eu era mais novo, por vezes fui passar o dia na Câmara dos Deputados onde meu pai trabalhava, e como era bom! Gostava muito daqueles momentos em que pude desfrutar de um dia diferente na companhia de alguém tão especial. Logo pela manhã tomávamos um lanche bem saboroso, e depois saíamos para entregar informativos. O que me vêm à mente é que das várias portas de acessos algumas eu não poderia passar sozinho, daí surgia meu pai dizendo ao segurança: – Ele está comigo! No mesmo instante eu era liberado a cruzar tal portaria por três palavras pronunciadas por alguém reconhecido com permissão e autoridade para isso.

Neste mesmo período em minha vida – ou pouco antes disso – estudava no CEAB (Centro Educacional Ave Branca), no centro de Taguatinga. Tenho boas recordações das aulas de biologia, artes, religião, dentre outras das de matemática em que minha mãe sabiamente contribuiu para que eu praticasse tabuada incansavelmente… risos. Existe algo que ficou marcado em meus pensamentos em relação aos recreios (principais intervalos entre as aulas), e que me faz agradecer imensamente a minha irmã mais nova, a Karina, pois alguns coleguinhas – não sei ou me lembro da causa – queriam me importunar e brigar, e estando eu sozinho levaria uma surra. Neste momento surgia a super-heroína, dizendo: – Não mecham com ele! Ele está comigo! Era um alívio tê-la como segurança e guarda costa pessoal! Kkk.

Mais tarde, casado, eu e minha esposa decidimos ter nosso primeiro filho, e depois de várias consultas e exames ficamos sabendo que eu tinha zero por cento de chance de ter filhos naturalmente. Dentre estas consultas minha irmã Luciana foi comigo em várias por ser da área, e ainda mais pelo carinho e preocupação que tem por todos ao seu redor. Ela tomava a responsabilidade para si e me deixava participar apenas quando tinha que ser consultado ou examinado, e até os pagamentos ela fazia. Para que eu adentrasse em alguns pontos de acesso, ela dizia aos seguranças: – Ele está comigo! Por mais que eu faça, dificilmente poderei retribuir tudo que ela já fez. O melhor de tudo foi que depois de certo tempo Deus me concedeu um menino, e pouco depois uma menininha!

Certo dia senti uma dor enorme na lateral das minhas costas e comentei com minha irmã Patrícia, que sem medir esforços disse que iria marcar uma consulta imediata no hospital que trabalhava naquela época. Poucos dias depois me dirigi ao hospital e aguardei até que fosse chamado. Ela foi até onde eu estava para me conduzir até o profissional que me atenderia, e enquanto caminhávamos fui questionado em algumas portarias sobre qual era meu destino, o que exigia dela indicar: – Ele está comigo! Graças a Deus ela pôde fazer isso por mim, e sem medir esforços, se colocou à disposição para me ajudar em tudo!

Tive a oportunidade de participar de uma apresentação na escola onde minha irmã Cláudia trabalhava como professora, e naquela época tínhamos bastante tempo para ensaiar e ir louvar a Deus no lugar em que fossemos chamados, e foi o que aconteceu. Definimos a equipe, os hinos, as coreografias, acomodamos a mesa e caixas de som, cabos, instrumentos dentro do nosso veículo e fomos ao evento. Logo que chegamos ao local fomos impedidos de entrar no portão do estacionamento por sermos desconhecidos, algo totalmente compreensível por ser um ambiente em que as crianças devem estar em perfeita segurança. Naquele momento foi necessário que minha irmã viesse aos responsáveis pelo portão e dissesse: – Ele está comigo! Pronto, pude entrar e cantar com todas aquelas crianças!

Entre meus treze e quatorze anos pensava já ser dono do meu nariz e usava isso como argumento para dizer que não queria estudar. Achava as aulas cansativas e sem atrativos para que eu estivesse em atenção total por horas, então comecei a não ir a algumas delas, o que me levou por fim não ir em nenhuma. Ficava próximo da escola conversando com colegas ou jogando bola, e as vezes íamos a lanchonetes ou sorveterias. Depois de algum tempo minha mãe me questionou daquela quantidade de faltas, o que me deixou constrangido em dizer que estava faltando aulas. Como responsável, atenciosa, e principalmente amorosa, conversou comigo e nos próximos dias até o fim do ano letivo começou a me levar todos os dias para à escola. Antes mesmo de sair de casa ela segurava em minha mão para irmos até a escola. Caminhando rapidamente íamos atravessando ruas, vias, pessoas, e nos aproximando da escola, e já na frente da escola me sentia envergonhado por minha mãe ter que me levar para ter a certeza de que eu estava no lugar certo, mas hoje sou infinitamente grato por todos aqueles passos que ela deu por mim. No entanto, algumas vezes nos atrasamos e eu não poderia entrar sozinho na escola, então minha mãe dizia ao porteiro: – Ele está comigo! Assim eu adentrava à escola e participava das aulas.

Em todos estes momentos identifiquei que minha família praticou ações valiosas por mim e que eu não poderia superá-las sozinho. Foram e são pilares que me sustentam e me dão exemplo de como me portar em relação aos que dependem de mim.

Tudo isso me faz imaginar, crer e desejar intensamente o dia em que estarei diante do Juiz Supremo, e mesmo com minhas limitações e iniquidades, por ter aceito Jesus Cristo como Salvador da minha vida, Ele dirá diante do Pai: – Ele está comigo! Que dia maravilhoso será aquele em que serei reconhecido pelo autor e consumador da minha fé!

Surgirão situações na nossa vida em que vamos precisar de alguém que diga “ele(a) está comigo”, contudo, tenha a certeza de abraçar Cristo de tal forma que no juízo final Ele possa dizer isso por você!

[OAOJ]
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